Palmeiras inicia o Brasileirão sem beleza, mas eficiente
Felipão admite futebol burocrático do time neste início de campeonato, mas aproveitamento é de time campeão
Marcelo Braga
Publicada em 06/06/2011 às06:00
São Paulo (SP)
"Quem ama o feio, bonito lhe parece". O provérbio cabe bem aos palmeirenses, que veem o Verdão, de grão em grão, se manter invicto nestas três primeiras rodadas de Brasileirão, mesmo não apresentando um futebol bonito.
Contra o Atlético-PR, o gol de Chico deu a segunda vitória por 1 a 0 da equipe na competição e a levou para os sete pontos na tabela. Ou seja, um aproveitamento de 77,7% dos pontos já disputados até aqui.
– Qualquer time é campeão com esse aproveitamento. É claro que são muitos jogos ainda, mas quanto mais somarmos, mais possibilidade teremos de seguir entre os primeiros quando perdemos jogos – analisou Felipão na última semana.
Bem encaixado na marcação, o Alviverde sofre para construir placares elásticos, principalmente quando não pode contar com Valdivia e Lincoln, seus meias criativos.
Apesar de admitir que o futebol apresentado ainda não empolga, o treinador não se mostra preocupado, já que as vitórias estão vindo:
– Quando pudermos ter um futebol bonito, com resultado, vamos apresentar. Mas dentro das nossas condições, das características dos atletas que possuímos, neste momento é importante jogar assim e conseguir resultados – explicou.
Após mais uma vitória obtida com assistência de Marcos Assunção, eficiente cobrador de faltas e escanteios, a dependência em relação a essa única jogada foi questionada.
– Não acho que só dependemos da bola aérea. É um campeonato difícil. O São Paulo foi tricampeão, para muita gente, de um jeito feio, mas competitivo – lembrou Kleber.
Curiosamente, nos três anos (2006, 2007 e 2008) o Tricolor conquistou o título com dez vitórias com diferença de apenas um gol, e com força na jogada aérea de Jorge Wagner.
Atrás do título nacional que não vem desde 1994, o Verdão rema contra a máxima do poeta Vinícius de Moraes de que "beleza é fundamental."
Motivos para o futebol pouco vistoso
Lesões dos meias criativos
Valdivia não atua desde a semifinal do Paulistão, quando ao dar o seu "chute no vácuo" contra o Corinthians, sofreu lesão muscular na coxa esquerda. Liberado, o Mago se recupera no Chile e retorna ao Verdão apenas após a Copa América. Lincoln, que voltou contra o Atlético-PR, perdeu as duas primeiras rodadas do Brasileirão por lesão muscular. O time sente essas ausências.
Atacantes 'marcadores'
Fora Kleber, artilheiro do time na temporada com 14 gols, os titulares Luan e Adriano não são goleadores, mas ajudam na marcação. Michael Jackson, por exemplo, não faz gol desde março. Luan, apesar de ter desencantado contra o Cruzeiro, tem cometido falhas ofensivas: "Estou errando chute que não erro, passe que não erro, mas está bom. Estou ajudando na marcação."
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