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Verdão 'fecha para balanço' antes de lavar roupa suja

Após ameaça da torcida, time ganha folga forçada. Meta é superar atritos internos para reagir na temporada

Academia de Futebol fechada para os ateltas: três dias longe da pressão (Foto: Gustavo Tilio)

Thiago Salata
Publicada em 08/05/2011 às09:33
São Paulo (SP)

Um grupo de cerca de 30 torcedores organizados foi à Academia de Futebol no fim da manhã deste sábado, com protestos e ameaça de invasão. O clima esquentou com seguranças do clube e, por precaução, os atletas ganharam folga forçada.

A equipe, que treinaria à tarde e neste domingo de manhã, só irá se reapresentar na segunda. Ao todo, são três dias de folga após o vexame de quinta. Avisados por telefone da dispensa, os jogadores terão de esfriar a cabeça para lavar a roupa suja a partir da volta ao trabalho.

Como já relatou o LNET!, dirigentes avaliam que diferenças de alguns atletas com Felipão, de jogadores com jogadores, afloraram após a eliminação do Paulistão, resultando no massacre de Curitiba.

– Em um grupo, as pessoas não têm de ser amigas. São colegas de trabalho. Com a frustração do resultado de domingo, pequenas coisas de A com B acabaram se potencializando – disse Roberto Frizzo.

Brigas de vestiário, normais em toda campanha, voltaram à tona na busca por explicações na Academia.

– Dividir sucesso é fácil. No revés, há distribuição de responsabilidade – completou o vice de futebol.

Deola já discutiu com Kleber, há mais de um mês, Danilo já foi alvo de críticas de companheiros. E por aí vai. No momento de eliminação, o ambiente se tornou mais tenso.

Felipão é respeitado pelos atletas que, por outro lado, questionam alguns métodos do comandante. A diretoria vai procurar as lideranças do grupo, caso do capitão Kleber, para buscar acertar os problemas.

Scolari segue apoiado pela cúpula. E não pensa em abandonar o barco. A folga serve de reflexão.

Torcedores, na internet, dão apoio a Felipão

Enquanto lideranças da Mancha Alviverde, principal torcida organizada do Palmeiras, se manifestaram com críticas a Luiz Felipe Scolari, outros palmeirenses rebateram com manifestação de apoio do treinador.

Em fóruns e principais sites de torcidas na internet, a campanha "Eu sou palmeirense e estou com Felipão" foi lançada.

Torcedores organizados, que protestaram neste sábado manhã, na Academia, prometem repetir a dose durante a semana, desta vez, durante treinamentos. A Mancha diz que nem mesmo Valdivia, sempre incontestável, será poupado de cobranças, por causa das seguidas lesões. A segurança está reforçada no CT.

Bate-Bola: Roberto Frizzo
Em entrevista ao LANCENET!

Você se reuniu com Felipão, como era previsto?
Vamos conversar na segunda-feira, é melhor deixar o elenco esfriar a cabeça. Todo mundo. É melhor.

Folga tem a ver com protestos de torcedores no CT?
Era uma boa oportunidade para os jogadores refletirem, para ver as mamães (hoje é o Dia das Mães).

Como vê os protestos?
A torcida está aborrecida. Foi um resultado pesado. A indignação é normal. A maneira de se manifestar, sim, é que podemos contestar.

Felipão fica?
Os jornais dizem que tenho animosidade com ele. Estamos em perfeita sintonia. Não há tempo e nem ambiente para mudanças drásticas. É acertar a rota.